Evocaremos as flausinas elegantes, vaidosas e extravagantes, veremos com muito ou pouco spleen onde os janotas iam às modas, vestir-se e calçar-se, fazer-se ver, fazer um retrato, ler o jornal. Um bom par de luvas, uma jóia e um raminho de flores compunham o figurino na hora de sair à rua para se deliciarem com a neve, o chá, o chocolate, os charutos, as notícias, as tertúlias, os saraus.
O Chiado, aquele punhado de ruas, é um mundo na transição do século XIX-XX e não é só cenário e palco de dandys e coquettes ansiosos pelas novidades vindas do estrangeiro. Aí se organizavam as manifestações por e contra a República, ou se cruzavam artistas, jornalistas, acrobatas, caricaturistas, sindicalistas, estudantes, inúmeros trabalhadores do comércio, militares, vendedores ambulantes, galegos, indigentes…